/// Oi, rapeize
Coloque sua camisa de time e veja o carisma nascer
Não sei se você foi impactado por isso hoje, mas o Botafogo venceu o PSG (Paris Saint Germain) na noite da última quinta-feira na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025. Se você não se envolve muito com futebol, talvez também não saiba a dimensão dessa vitória. Também não vou falar muito, não, porque ainda estou vivendo uma baita de uma euforia e sei que não há nada mais insuportável do que uma pessoa falando do próprio time quando os demais não estão nem aí.
Não serei essa pessoa. Não porque não sou essa pessoa, pois sou, sim. Mas porque não quero perder você aqui, de cara, na leitura do primeiro texto. E manter a audiência envolve perder algo da nossa personalidade pelo bem maior.
Dito isso, peloamordedeus, Botafogo, que COISA LINDA!
Dica para os dias solitários
Essa newsletter surgiu para ser uma curadoria de assuntos aleatórios com dados para você puxar em situações em que você precisa iniciar uma conversa. Mas tem dias que você não quer muito papo, mas também não quer passar desapercebido ou sem que ninguém fale com você. Aproveitando que iniciei essa conversa sobre futebol, o segredo para esses dias é: use uma camisa de time na rua. Sempre vai ter alguém que vai comentar alguma coisa com você, que vai sorrir ou até te dar uma zoada, dependendo do momento. Mas garanto que é um jeito de você não se sentir sozinho, nem ao menos invisível.
Agora vambora, que hoje tô monotemática com uma merda que pesquisei e não pude voltar atrás. Aí compartilho com você.
/// Puxa assunto assim, ó
Agora, aquele apanhadão bonito de assuntos aleatórios que você pode lançar em qualquer momento de silêncio, em qualquer rodinha pra puxar um assunto:
“Talvez você seja transidade”
Lá vem mais umas daquelas histórias que a gente torce pra ser piada. Sabe quando a gente fala "me sinto com 20 anos!"? Tem gente que leva à sério. Apresento-lhes os "transidade".
A notícia é sobre o Jackie, um japonês de 39 anos, que garante que sua idade biológica não combina em nada com o que ele sente. Segundo ele, sua identidade pessoal é de alguém com 28 anos. E essa sensação, diz o jovem, surgiu há 11 anos, depois de um incidente no trabalho. Não se sabe o que foi esse incidente. Não está na matéria, não está no Instagram e não é possível que a gente vá ficar sem saber que evento foi esse no ambiente de trabalho que fez com que esse rapaz regredisse. O evento de trabalho que me faria ter mais ou menos 20 anos a menos seria começar a trabalhar. Enfim.
O termo "transidade" é novidade para a maioria, mas, de acordo com psicólogos, o caso do Jackie não é isolado. Existem outras pessoas que relatam essa desconexão com a própria idade biológica.
Então, fica a pergunta: será que a gente vai ter que começar a perguntar a idade biológica e a idade sentida das pessoas?
Tô dando uma zoada aqui, mas eu morro de medo de ser que nem o Jackie, sabia? Uma senhora metida a jovem, meu Deus. Que a noção sempre me acompanhe, amém.
“Idade é só um número?”
Tem dias que eu sou punida pela minha curiosidade, e esse é um deles. Pesquisando mais sobre transidade, encontrei essas maravilhosidades que vou contar agora. A primeira, uma notícia de 2018.
Se você achou que a história do "transidade" já era ousada, conheça Emile Ratelband.
Esse guru motivacional tinha 69 anos em 2018, vive na da Holanda, e resolveu que não queria mais ter essa idade. E ele não está falando só de "se sentir mais jovem", não. Ele acionou a Justiça para ficar... Simplesmente 20 anos mais novo. Ele lutou pra que a certidão de nascimento dele metesse 49 anos.
O querido alegou que sua idade "real" causou uma baita discriminação na hora de procurar emprego e, pasmem, nos aplicativos de namoro tipo Tinder. Ele diz que com 69 anos, ninguém responde, mas se ele fosse "49", a coisa seria diferente. Sobre o emprego, ele não tá errado, porque o etarismo é real. Agora sobre o Tinder, né, vira fraude (eu aceitando que ele engane recrutadores, mas os crushs, não).
Pra reforçar o argumento, ele tem mostrou laudos médicos afirmando que a "idade biológica" dele era de um quarentão.
O argumento dele: "Vivemos em uma época em que é possível mudar de gênero e de nome. Por que não posso mudar minha idade?".
Temos um ponto aqui, Emile. Será que ele resolveu esse B.O? Não tive notícias.
“Nós lemos e não julgamos”
Nas pesquisas sobre transidade, conheci Stefonknee Wolscht (que nasceu Paul). A história dele viralizou lá em 2015 é a seguinte (pega um papel e uma caneta, porque é complicado o negócio): Stefonknee, que era casada e tinha sete filhos, resolveu abandonar tudo para viver como uma menina de seis anos de idade.
Vamos de novo: Paul nasceu Paul. Casou com uma mulher e teve sete filhos. Em algum momento passou a se identificar como mulher, Stef. E depois, em outro momento, passou a se identificar como uma criança.
Nunca, jamais, em nenhuma realidade vou poder entender o que acontece com as pessoas que não se entendem no próprio corpo, então nem é uma zoação isso aqui. Mas (conjunção coordenativa adversativa que vem antes de você se contradizer totalmente), como assim SEIS ANOS DE IDADE?
Sei lá, só sei que agora ela vive com uma família adotiva que super topa a dela de ser criança, brincando, colorindo e fazendo "coisas de criança". Ela explica que essa "terapia de brincar" a ajuda a lidar com traumas do passado e pensamentos suicidas. Gente, foi adotada.
São muitas perguntas: criança de 6 anos paga pensão? E os sete filhos? E trabalho? E AS ROUPAS DE CRIANÇA?
E encerro aqui o especial transidade.
/// Sou contra…
Coisas que não tenho o menor direito de opinar, mas tenho o direito de não concordar daqui da minha casa:
“Sumir e não explicar”
Vez ou outra a gente recebe uma mensagem tipo “compartilha, por favor. A filha da manicure da minha amiga desapareceu há dois dias”. Você compartilha e pouco tempo depois vê um story “ENCONTRADA”. Legal, mas tava fazendo o quê? Ela fugiu? Ela foi raptada? Ela estava em momento de crise existencial?
O que acontece com isso? Viro sommelier de desaparecimento. Sumiu com o namorado? Julgo que foi uma peraltice. É jovem e festeiro? Julgo que tá numa farra que saiu um pouco do controle. A não ser quando é criança. Criança sumida, eu viro até da equipe de busca. E dessa forma, sem a transparência dos que solicitam essa ajuda, passei a nunca mais compartilhar.
Favor divulgar também o briefing do desaparecimento e o relatório da resolução. Grata.
E fica aqui registrado publicamente que, se eu sumir, peço para que procurem uma boa foto, senão eu nem volto.
Cheguei ao fim aqui,rapeize
Até que fui breve, né?
As últimas semanas foram intensas e de publicações em dias surpresa, mas pensa na alegria de não estar esperando e receber um e-mail meu antes de se chatear comigo.
Prometo regularizar a minha situação.
Me manda uma mensagem com a idade que você tem no seu coração, que eu tô curiosa.
Meu coração e de Britoca, ó, pra você.
Beijos
Eu tenho 45 anos e um espírito de 80.